Mirador de Titikaka
Mirador de Titikaka

O Hotel Mirador del Titikaka fica a 4 mil metros de altitude, mesmo ao lado das antenas de comunicação.
Não podia ter escolhido alojamento mais alto.
Na verdade, apesar do problema da altitude, o Mirador também tem virtudes. E muitas.

Em primeiro lugar, o gerente, Jorge, é sensacional. Ajuda, preocupa-se com o bem estar dos hóspedes, faz sugestões sobre roteiros e procura sempre dar alternativas  com preços mais económicos. 5 estrelas.
O hotel tem acesso à internet e um computador. Para quem planeia parte da viagem conforme o percurso, é de grande utilidade.

Por outro lado, não é todos os dias que se acorda e o quarto tem uma imensa janela panorâmica que permite ver a cidade de Puno e o lago Titikaka.

Puno e o lago Titicaca
Puno e o lago Titicaca

Sublinho ainda que, do exterior do hotel, a vista é de fato como se estivéssemos num miradouro. Deslumbrante. De manhã, ao pôr do sol...
São muitos os hóspedes que aproveitam esta paisagem, uma cadeira, um chá, cigarro, máquina fotográfica, um livro... e contempla-se. Relaxar. Nada do rebuliço de Puno.

Por outro lado, são também momentos para se trocarem experiências, recomendações da viagem que está a meio. Uns que descem de Lima até ao Titikaka ou à Bolívia. Outros que seguem em sentido contrario, até Machu Picchu.

O dia foi passado com uma ida à estação de camionetas. Para comprar um bilhete para Copacabana, na Bolivia. Na companhia de um casal de suíços que seguia para o mesmo destino já esta manhã.
O táxi pedido no hotel levou-se de seguida para o porto. Compra-se o bilhete para a Uros, logo à entrada e depois uma taxa. Tudo são cerca de 15 soles.

Uros
Ilha de Uros

As ilhas de Uros são um dos principais destinos turísticos desta região. Os locais recorrem a outros meios de sobrevivência mas parte significativa da sua atividade depende do turismo.

São simpáticos, não são chatos nem insistem em vender ou serem pagos em troca de fotografias ou outras gentilezas. Vendem artesanato e cobram por um pequeno passeio de barco.

À chegada dos turistas fazem uma breve exposição sobre o modo de vida da comunidade.
As viagens turísticas facultam (ou induzem) a possibilidade de se almoçar nos restaurantes locais. 
É interessante a visita. São ilhas artificiais, sustentadas num vegetal, a totora.  Foi através deste processo que se isolaram no meio do lago Titikaka e se protegeram de povos invasores, designadamente dos incas.

Ao todo são mais de 50 ilhas e a população ronda os 2.500 habitantes.
O ex-presidente Fujimori permitiu-lhes ter energia solar, o que dá para verem televisão.“Só falta acesso a internet”. 

Não se pode fumar devido ao perigo de incêndios mas eles cozinham. As casas são pequenas, rústicas e andar a pé parece que é sobre os amortecedores de um carro.

Ilhas de Uros
Ilhas de Uros

Em algumas ilhas há espaços abertos, com a água à superfície e servem para aquacultura.
Tal como em toda esta região do Andes, as pessoas são pequenas, de tez morena, as mulheres com saias largas e roupa colorida. Há muitas crianças. Convivem com os turistas, recebem ofertas e estão sempre disponíveis para as fotos.
Algumas mulheres despedem-se na primeira ilha com cantares tradicionais. Nada de mais. Nas outras ilhas pode-se ver o dia a dia da comunidade. Pesca, transporte de alimentos e artefatos em totora.
Este ambiente não vai perdurar por muita décadas. Dizem-me que algas e despejos de esgotos para o lago, de populações que são cada vez maiores, poderão alterar significativamente o meio ambiente. Se nada for feito, o lago e estas comunidades vão sofrer grandes alterações nas próximas décadas.

Puno
Largo da catedral de Puno

No regresso, o motorista do táxi insistiu em que eu visitasse a plaza de armas de Puno. Não podia ir embora sem a visita. Ficaria magoado.
É uma praça típica desta região.
O edifício central é a catedral, tem um jardim em frente. Um dos lados da praça é ocupado pelo sede do município e do outro lado, lojas e restaurantes para turistas. 

Fotos do Peru