
Amã era uma cidade de contrastes.
Zonas verdes, ruas cuidadas e um ar cosmopolita. Outras áreas eram pobres, com muita confusão.
Nos subúrbios ainda era mais evidente. Os contrastes eram mais gritantes.
Contraste também entre o moderno, construções recentes e bairros antigos. Com muita pobreza nos bairros de refugiados.
Vista da cidadela, Amã prolongava-se com inúmeros cubos pelas sete colinas. A maior parte das casas tinham a mesma forma, a mesma cor e a direcção das varandas apontadas para o centro da cidade. Legislação municipal impunha que todos os edifícios tinham de ser revestidos com pedra local.
Ao final da tarde, esta cor amarelada provocava um intenso brilho
Amã, que já se chamou de Filadélfia, está situada entre o deserto e o vale do Jordão. Numa zona montanhosa. Devido a uma grande importância estratégica, a sua história (com origem sete mil anos a.C. ) tem marcos relevantes. Por aqui passaram várias civilizações e foi o berço de três religiões monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo.
Amã caracteriza-se igualmente por uma grande densidade populacional.
Cerca de dois milhões de habitantes.
Quase metade dos jordanos vivem na metrópole.
Eram hospitaleiros e tolerantes perante a diversidade de costumes e culturas.
As turistas podem visitar a Jordânia sem constrangimentos embora seja prudente respeitar também alguns dos valores locais e solicitações em lugares de culto, como usar um pano para tapar a cabeça.

O clima é relativamente temperado.
Com invernos rigorosos e verões muito quentes e com uma amplitude térmica considerável.
A melhor altura para visitar é entre Abril Maio e Setembro Outubro
. A nossa visita foi em Dezembro de 2008.
A principal memória é a cidadela (El-Qala) com vista para o vasto casario.
O sitio arqueológico é muito extenso. Está quase todo em ruínas e uma parte significativa ainda está por descobrir.
Na altura em que visitámos estavam a decorrer trabalhos arqueológicos em conjunto com técnicos espanhóis ao abrigo de um protocolo de cooperação.
Atrás do palácio do governador foi reconstruída a mesquita com uma cúpula em azul metálico.

Era um dos lugares que mais se destacava. Mais ainda porque está na entrada.
Sinal do cruzamento de civilizações e religiões é o facto de no mesmo espaço haver ruínas de uma mesquita e também de uma igreja bizantina.
Por outro lado, este facto revela o motivo porque o o turismo religioso estava em expansão na Jordânia, com os mesmo lugares a serem considerados sagrados por mais do que uma religião.
Algumas das colunas da igreja foram retiradas do templo de Hércules.

No meio das ruínas, o templo de Hércules com a cidade por horizonte tinha uma vista espectacular.
As colunas, muito altas, funcionavam como referência do olhar.
O templo tem 31 metros de comprimento e 26 de largura.
Não terá sido finalizado.
O templo de Hércules está datado de 162-166 d. C. e foi dedicado aos imperadores Marcus Aurelius e Lucius Verus.
Na cidadela encontra-se também o Museu Arqueológico da Jordânia.
Com um grande acervo e muitos artefactos que foram descobertos na cidadela.

O local era muito procurado por turistas mas também por locais.
À noite, com iluminação, era espectacular.
Foi um passeio agradável. Exigiu água e protecção solar.
Além das ruínas, a Cidadela funciona como um dos melhores miradouros de Amã.
Está no alto de uma colina no centro da cidade. A volta de 360 graus tem a cidade em volta. Noutra colina, lá no alto, via-se uma bandeira gigante da Jordânia.
Ainda noutra colina, o brilho do sol dava imensa vida ao casario monocolor.
Para o outro lado, destacava-se a mesquita El-Malek Abdullah, com a cúpula azul e os dois enormes minaretes.
Era a principal mesquita da cidade.

Um pouco mais próximo, para baixo, fica o Anfiteatro Romano..
A vista da Cidadela dá-lhe um ar imponente.
Quando entrámos tivemos igualmente uma percepção da dimensão. Uma longa escadaria que se estendia por uma colina. O anfiteatro tinha capacidade para 6 mil lugares (em 1948 foi um dos locais que acolheu milhares de refugiados palestinianos. Em duas semanas quase que duplicou a população de Amã).
A estrutura começou a ser construída no séc. II, com o império romano e na altura em que a cidade se designava de Filadélfia. Está virada para Norte, para evitar que o sol impedisse uma boa visão aos espectadores.
O anfiteatro foi restaurado em meados do séc. XX, depois de acolher os refugiados, e estava relativamente bem preservado.
À noite, com a iluminação, era um lugar muito fotogénico.

Outra visita obrigatória é à mesquita El-Malek Abdullah.
Tivemos de cumprir as regras do ritual. Descalços e as mulheres com um véu na cabeça.
A mesquita era esplendorosa. Obra do antigo rei Hussein, em memória do avô, começou a ser construída em 1982 e foi terminada em 1989.
A abóbada, de 35 metros, foi coberta com mosaicos em azul celestial. Como se fizesse a ligação ao céu. Muitos até a designam como a mesquita azul.
Ointerior permite reunir sete mil fiéis e mais três mil nas zonas envolventes.
É lugar de oração.
Na cúpula estavam vitrais muito coloridos, ligeiramente abaixo, inscrições do Alcorão, e um enorme lustre, redondo, que cobria uma área de vários metros, dava uma luminosidade suave. O chão estava coberto com um tapete vermelho decorado de estrelas azuis.
No interior da mesquita há um museu islâmico.
A cidade tem muito mais para explorar. Mas foram estes os locais que visitámos.
Os guias apontam outros pontos de interesse, cafés, souqs museus e outros monumentos.

O preferível é percorrer a cidade com um guia. A alternativa é táxi. Esqueça transportes públicos.
Muitos dos locais turisticos estão vigiados e é relativamente seguro passear.
O nosso hotel, o o Imperial Palace Hotell tinha uma vigilância apertada. À entrada havia uma passagem por um detector de metais e no interior um policia era presença permanente.
Três anos antes, em Novembro de 2005, a al-Qaeda esteve na origem de explosões em vários hotéis provocando a morte a 60 pessoas.
O turismo era uma fonte importante de receitas e a Jordânia tomou medidas especiais.
A sensação que se tem, tendo em conta a visita a outros locais procurados por turistas, é que há uma forte vigilância.
A própria família real também é alvo desta segurança reforçada. No regresso a Amã, fomos ultrapassados por vários Porsche Cayenne. Seguiam a alta velocidade e ocupavam toda a estrada. Eram os seguranças da família real.
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